Brasileiros estão otimistas em relação às moedas dos EUA e do Reino Unido, apesar de abandonarem o dólar americano e apoiarem o novo acordo comercial com a China

 

Acompanhamento de eventos globais | 3 de abril de 2023

No dia 29 de março, a China e o Brasil chegaram a um acordo para realizar trocas comerciais nas suas respectivas moedas, afastando-se do dólar americano, a escolha tradicional para o comércio transfronteiriço. A mudança é significativa, dado que a China é o maior parceiro comercial do Brasil, com mais de 150 mil milhões de dólares em trocas comerciais no ano passado. O novo presidente do Brasil tem saudado o estreitamento das relações com a China, o que tem colocado Washington em alerta. Para entender melhor a perceção dos brasileiros sobre comércio, China e moedas globais, a Premise lançou uma pesquisa de sentimento em todo o país.

Conhecimentos

  • A maioria (52%) dos brasileiros aprova a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil.
  • O conhecimento sobre o acordo comercial China-Brasil foi baixo, com apenas 33% dos brasileiros cientes dos planos do país de abandonar o dólar americano no comércio com a China
  • Quando perguntados se concordavam com o plano, apenas 42% dos brasileiros apoiaram a decisão de abandonar o dólar. 30% se opõem e 28% não têm opinião formada.
  • Sobre as percepções das moedas globais, os brasileiros perceberam esmagadoramente o dólar dos E.U.A. como a moeda mais forte, seguido de perto pela libra esterlina. Os inquiridos estavam relativamente divididos quanto à força do Yuan chinês, mas estavam menos optimistas quanto à força da moeda local, o Real.
  • Apesar de a maioria dos brasileiros (62%) esperar que o Presidente Lula procure estreitar os laços com a China, 67% preferem que os Estados Unidos sejam o parceiro mais próximo do Brasil, 16% preferem a China, 14% preferem o Reino Unido e apenas 3% preferem a Rússia.
  • Na relação comercial sino-brasileira, a maioria dos brasileiros considera que a maior vantagem do comércio com a China são os produtos mais baratos (30%). Outros resultados dignos de nota: 19% vêem benefícios no acesso ao vasto mercado chinês, 15% acreditam que ele pode trazer rápido aprimoramento tecnológico e outros 15% acreditam que ele ajudará os brasileiros a ter acesso a mais produtos. Por outro lado, apenas 5% consideram que a vantagem é a "boa qualidade dos produtos".
  • Os brasileiros mostraram-se ambivalentes quando questionados sobre a crescente influência económica da China na região. Quando solicitados a refletir sobre o fato de que, em 2002, o comércio chinês com a América Latina e o Caribe era de apenas US$ 18 bilhões e, em 2022, de US$ 450 bilhões, quase 35% dos brasileiros se mostraram assustados ou céticos em relação ao crescimento do comércio, enquanto cerca de 41% se mostraram animados ou esperançosos. O mais interessante é que 24% responderam "não sei", o que sugere que ainda há uma população considerável no Brasil que não se decidiu sobre a China.

Metodologia

De 30 de março de 2023 a 2 de abril de 2023, a Premise pesquisou uma amostra estratificada de 2.322 adultos, representativa por idade, sexo e geografia em todo o Brasil. Pesos pós-estratificação foram aplicados para alinhar os dados demográficos da amostra real com a população-alvo com base na região, idade e sexo.

Premise em ação

A Premise oferece uma capacidade única de obter rapidamente informações de pessoas reais no terreno em locais de difícil acesso. Mais de cinco milhões de pessoas em 140 países estão a utilizar a aplicação Premise nos seus smartphones, permitindo aos nossos clientes monitorizar uma situação ao longo do tempo e empregar uma abordagem baseada em dados para uma tomada de decisão atempada.